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Nota da Diretoria Executiva da ADUFU – SS sobre o golpe de Estado na Bolívia e sobre o risco à democracia na América Latina

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A Diretoria Executiva da ADUFU-SS vem a público manifestar seu mais profundo repúdio ao Golpe Militar empreendido no dia 10/11/2019 na Bolívia, nossa irmã latino-americana. Lamentamos profundamente que um evento típico da política do século anterior deste continente – que imaginávamos superado pelos avanços democráticos conquistados durante este período – tenha se repetido e se contornado com linhas de atuação tão violentas e bárbaras.

Causa-nos extrema preocupação a situação política que a América Latina vem enfrentando nos últimos anos, marcada por constantes ataques à democracia e à normalidade institucional (Honduras em 2009; Equador em 2010; Paraguai em 2012; Brasil em 2016; Venezuela e Bolívia em 2019). Entendemos que tais eventos tratam-se de uma tentativa de recolonização por parte dos impérios políticos e financeiros do sistema capitalista, que não puderam suportar a fase desenvolvimentista e popular que o continente viveu ao longo das duas últimas décadas.

O enorme quinhão de mais-valia ofertado ao sistema econômico e financeiro capitalista durante o período não foi suficiente para obliterar a sua crise estrutural, em aprofundamento mundial. Assim, as concessões democráticas e desenvolvimentistas dos povos latino-americanos estão sendo sistematicamente vilipendiadas através da ação orquestrada de grupos de extrema-direita, militares e religiosos.

Todavia, cíclica por excelência, a História haverá de superar esta onda conservadora. A ação dos grupos, sindicatos, partidos e movimentos populares é essencial para conter o avanço do retrocesso que estamos vivenciando no continente, em especial em nosso país. A ADUFU-SS buscará cumprir seu papel de fomento à organização da classe trabalhadora e estímulo à sistemática luta pela manutenção de nossos direitos e conquistas. Entendemos ainda ser essencial a participação de todos os nossos filiados, de todas as nossas filiadas, de demais docentes, bem como militantes de outras organizações populares, nas atividades e atos contra o solapar da normalidade democrática e dos direitos sociais e trabalhistas adquiridos tão arduamente.

Diretoria Executiva da gestão “Construção Coletiva das Lutas”

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