ANDES-SN organizou seminários abordando temas como abolicionismos, encarceramento, anticapacitismo, violência de gênero, racismo e políticas de ações afirmativas
Por Isley Borges, jornalista da ADUFU, com informações do ANDES-SN
O ANDES-SN realizou o I Seminário Nacional sobre Abolicionismos Penais, Poder Punitivo e Sistema de Justiça Criminal no dia 23 de novembro e o III Seminário Nacional Integrado do Grupo de Trabalho de Políticas de Classe para as Questões Étnico-raciais, de Gênero e Diversidade Sexual (GTPCEGDS) do ANDES-SN, com o tema “Basta de violência de Estado, pelo direito de (re)existir, lutar e bem-viver”, entre os dias 24 e 26 de novembro. Compondo o referido Seminário Integrado e com ampla programação, foi realizado o V Seminário Nacional de Mulheres, o V Seminário Nacional de Reparação e Ações Afirmativas, e o IV Seminário Nacional de Diversidade Sexual. O evento ocorreu no auditório da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Sergipe (Adufs), em São Cristóvão – SE. A presidenta da ADUFU – Seção Sindical, professora Jorgetânia Ferreira, e a professora Patricia Nascimento, docente que compõe a Direção Colegiada da ADUFU, estiveram presentes nestas atividades.
“O Seminário foi muito importante para a formação e articulação das nossas lutas aqui na UFU. Foram muitas mesas de debates, com bastante representatividade. Destaco o importante Seminário Nacional sobre Abolicionismos Penais, Poder Punitivo e Sistema de Justiça Criminal, que precisamos aprofundar o debate aqui em nossa seção sindical”, afirma Jorgetânia Ferreira.
Participaram dos Seminários do GTPCEGDS docentes de 22 seções sindicais do ANDES-SN. Eles foram recebidos pelo bloco percussivo afrocultural “Descidão dos Quilombolas”. Após, no primeiro dia, houve a instalação da mesa de abertura com uma homenagem à docente e ex-presidenta do Sindicato Nacional, Marinalva Oliveira, que faleceu de forma abrupta no dia 27 de outubro deste ano. Na sexta-feira (24), o GTPCEGDS do ANDES-SN deu continuidade aos debates com o V Seminário de Reparação e Ações Afirmativas do Sindicato Nacional, que debateu amplamente o impacto das cotas raciais nas universidades, assim como as lacunas observadas no processo de implementação delas. Já no sábado, o evento foi aberto com a mesa “Violência de Estado e a marginalização da população LGBTQIAPNB+ na educação superior”, que evidenciou a ainda frequente violência sofrida pela população LGBTQIAPNB+ nos espaços da educação superior, através de relatos de pesquisas e vivências.
“Pudemos ver como o ANDES avançou nos últimos anos em relação às lutas contra as opressões, já implementando concretamente a paridade de gênero, os espaços de acolhimento às crianças e o apoio às mães e pessoas que cuidam. Mas também vimos como ainda precisamos avançar para eliminar o racismo, a LGBTQIAPNB+fobia, o capacitismo, o etarismo e o machismo. Fizemos um importante debate sobre assédio. Temos vários desafios a enfrentar e nossa diretoria fará proposições neste sentido”, conta Jorgetânia Ferreira.
O último dia do encontro (26) se iniciou com o debate “Políticas de proteção e de combate a violência de gênero nas Universidades, IF e Cefet”, mesa do V Seminário Nacional de Mulheres do Sindicato Nacional. Nesta mesa, Milena Barroso, docente da UFS, expôs os resultados da pesquisa: “Universidade sem violência: um direito das mulheres”, mostrando que, infelizmente, as universidades ainda não são espaços seguros para mulheres. Cerca de 38% das e dos respondentes da referida pesquisa afirmaram ter sofrido algum tipo de violência no ambiente acadêmico nos últimos cinco anos, sendo que 73% das pessoas que afirmaram ter sofrido violência são mulheres.
“O Seminário Integrado GTPCEGDS trouxe temáticas na órbita da diversidade que são fundamentais para pensar a classe em toda sua complexidade. Apontou para o fato de que a classe trabalhadora está no bojo das múltiplas explorações e que o debate deve abarcar a produção e reprodução da vida no interior de um sistema que operacionaliza exclusões por meio da racialização, do patriarcado, do sexismo. O viés das discussões foi bastante decolonial e pela via libertária da classe. Pudemos contribuir coletivamente para encaminhamentos concretos que problematizam as exclusões e colocam em foco os variados tipos de assédio nos sindicatos e universidades, visando um ambiente seguro e igualitário”, conta Patrícia Nascimento.
Para mais informações sobre o evento, acesse o site do ANDES-SN e leia as matérias completas: www.andes.org.br.
Crédito das Imagens: ANDES-SN