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Breque dos apps – Se você entrega a sua força de trabalho você é entregador

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@galodeluta, integrante do movimento Entregadores Anti-fascistas, conta com quase 30.000 seguidores no Twitter e no Instagram, público para a sua aula diária de política e mobilização. Em icônica frase, tomada como título da coluna, @galodeluta ensinou sobre luta de classes, mais-valia, expropriação da força de trabalho, mercadoria e lucro. A máxima enfatiza a importância da união dos trabalhadores, que pertencem à classe dos expropriados, revelando o caráter exploratório do capitalismo, sistema no qual um por cento explora 99%. 

A paralisação dos entregadores, ocorrida na última quarta, é certo, suscita muitas questões sobre condições de trabalho. Trata-se de uma categoria de trabalhadores com salários baixos, rotinas de trabalho adoecedoras e exploração permanente de grandes empresas que visam, apenas, a lucrar. No contexto da pandemia do coronavírus, entregadores de aplicativos emergiram como categoria essencial, de fundamental contribuição para a necessidade do isolamento social. 

As principais reivindicações dos entregadores são: estabelecimento de vínculo empregatício e garantias trabalhistas; aumento do valor mínimo para cada quilômetro rodado e por entrega; fim dos bloqueios considerados indevidos e a garantia de melhores condições de trabalho devido às ameaças trazidas pela Covid-19.

O modelo de trabalho de entregas para aplicativos, muitas vezes, é “vendido como atraente e ideal, pois propaga a possibilidade de se tornar um empreendedor”, como pontua matéria da Carta Capital. O fenômeno contemporâneo da uberização do trabalho é apresentado como positivo, pelas suas características de flexibilização de horário e retorno financeiro imediato. Entretanto, tais características, em um cenário de aprofundamento da precarização das condições de trabalho somado à insegurança causada pela pandemia, não resguardam a humanidade, o respeito e a valorização dos trabalhadores.

Eu não sou entregador de aplicativos, mas sou entregador da minha força de trabalho, portanto, trabalhador. Que tenhamos a sensibilidade de aplaudir a Avenida Paulista lotada de entregadores organizados na luta por melhorias de trabalho, que nos sintamos, todos e todas, trabalhadores!

Isley Borges – Jornalista da ADUFU

*Esta seção é dedicada à exposição da opinião pessoal e das análises profissionais dos jornalistas da ADUFU-SS

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