Na última segunda-feira (8), 252 docentes da UFU participaram da Assembleia que aprovou a greve da categoria. A ADUFU – Seção Sindical garantiu a participação de todas e todos por meio da transmissão simultânea da atividade. Salas e auditórios foram abertos pela entidade nos campi de Patos de Minas, com 17 docentes presentes; Monte Carmelo, com participação de 23 docentes; Ituiutaba, com 52 e Uberlândia, com 160 docentes presentes. Foram contabilizados 99 votos favoráveis à greve, 85 contrários e 6 abstenções. O início da greve foi definido para o dia 20 do próximo mês (maio), logo após as férias do atual semestre letivo que corresponde, na UFU, ao 2º semestre e 2023. Até lá, será formado o comitê local de mobilização junto aos segmentos dos TAE e dos discentes da universidade.
Para a professora Jorgetânia Ferreira, presidenta da ADUFU, o processo de construção e deliberação sobre a greve tem uma contribuição importante para o fortalecimento do movimento docente. As assembleias passam a contar com um número bastante significativo de docentes e as diferentes posições são explicitadas. “Frente ao endurecimento da posição do governo em não apresentar nenhum percentual de reajuste salarial para 2024 e pelo fato da proposta de reajuste de benefícios prejudicar os e as aposentadas da nossa categoria consideramos que a decisão pela greve foi a medida que nos restou, na perspectiva de termos nossa voz ouvida pelo governo federal. Fundamental também aproveitarmos esse momento em que a Fasubra e o Sinasefe já estão em greve para fortalecer a greve da educação federal, negociar nossa recomposição salarial, reestruturação da carreira, bem como a recomposição dos orçamentos das universidades. De acordo com a Pró-Reitoria de Planejamento e Administração da UFU, no informe da última reunião do Conselho Diretor, a UFU só tem recursos para se manter em funcionamento até meados de julho de 2024. Só nos resta a luta para que a UFU não pare também por falta de condições”, explica Jorgetânia.
A construção da greve é uma atividade coletiva e todas, todos e todes precisam ter seu direito de participar e votar garantido. Pensando nisso, a ADUFU disponibilizou, durante a assembleia, o “Espaço das Crianças” para que mães, pais e responsáveis pudessem levar suas filhas e filhos e contar com o suporte necessário para o cuidado e entretenimento de suas crianças enquanto participavam da atividade. Sobre a importância da iniciativa, a professora Olenir Maria Mendes, diretora cultural da ADUFU explica: “O espaço da Criança durante as atividades organizadas pela Adufu significa dar condições para que as mães e pais possam participar tranquilamente e ter uma atuação sindical. Nesse sentido, o espaço da criança é garantia para as lutas”.