LIBERALISMO
CONSERVADOR
Presidência Bolsonaro tem agenda liberal para a economia.
Apresenta-se com pinimba de Messias enlouquecido, fazendo estripulias mentais
anacrônica, advindas da sua ideologia espatafúrdia. Faxina ideológica de
Bolsonaro avacalha a relação do Executivo com o Legislativo. Triste fim desse
fake do fake Policarmo Quaresma. Ministro Paulo Guedes tem seu bode
expiatório: engalfinha-se com a Social-Democracia (PMDB, PSDB e PT), acusada do
inchaço do Estado (gasto de 18% do PIB para 40% em 40 anos), desde o governo
militar. Ignora com soberba que a social-democracia brasileira foi base para a
estabilização do Plano Real, criação do Copom/regimes de metas, independência
do Banco Central e a Lei do Teto de Gasto.
Prócer do conservadorismo brasileiro: Antonio Paim, filósofo
baiano, cujos livros sobre o pensamento político brasileiro são necessários
para a compreensão das raízes do iliberalismo no Brasil. Liberalismo
conservador no Brasil para Paim é possível se houver um cataclismo que mude a
sua base social. Tutor mais qualificado que o sofista pornô Olavo de Carvalho
da Presidência Bolsonar, é realista quanto ao futuro da Presidência Bolsonaro:
o Brasil elegeu um governo militar-liberal. Tem mais milico lá de que no tempo
do Castello branco. É um arranjo complicado. Você não pode dizer isso a priori, mas pode não dar certo.
Depende muito da relação com o Congresso. (Época, 14/01/2019,p.36). Na esfera
política, os recursos são perdidos como capital político e o apoio do
eleitorado. Executivo e Congresso se engalfinham com perdas e danos que não
agüentarão por muito tempo. Só dão sinais que vão enveredar por impasses
prolongados, com soluções que só agravarão os problemas sócio-econômicos. Custos
sociais serão exponenciais em cada decisão consensual do Executivo com
Congresso, para a maioria dos brasileiros. Liberalismo conservador com faceta
natimorta.
Ministro da Economia Paulo Guedes tem consciência que
entrou num labirinto dos minotauros: Legislativo, Executivo e Judiciário, os
quais têm tudo para comê-lo vivo pelos pés, lentamente. Nada será fácil para a
execução de suas propostas para destruir o Estado brasileiro dos privilégios e
que aumenta a desigualdade. Benefícios tributários para setor privado consomem
5% do PIB: 11 vezes o gasto anual com o Bolsa Família. Créditos subsidiados do
BNDES entre 2009 e 2014 custaram R$ 260 bilhões. Guedes em sua posse foi
clarividente: Estamos respirando, aparentemente, à sombra de uma falsa
tranqüilidade, que é uma tranqüilidade à sobra da estagnação econômica.
Pretende executar um ataque frontal ao déficit público pelo lado do controle do
gasto. Governança liberal de direita oferece as iscas certas para fisgar os
investidores internacionais. Agenda liberal será o prato principal oferecido
pela Presidência Bolsonaro na reunião do Fórum Econômico Mundial dem Davos
(Suiça). Incógnita: o Congresso liberará o Executivo para enfrentar, com suas
mágicas, os problemas macroeconômicos: déficit de 7% do PIB e divida de 80%
do PIB. Situação fiscal totalmente fora de controle.
Ailton Krenak, liderança indígena do país, frente às ameaças que sofrem os índios há 500 anos, é sábio ao expor sua percepção do Presidente Bolsonaro: A onça não é tão grande assim. O mais importante é sua apreensão com os não-índios: Fico preocupado é se os brancos vão resistir. O Brasil é beneficiário de recursos do exterior para a preservação das florestas, desde a Conferência no Rio de 1992. Krenak avisa: A Europa não vai continuar comprando soja envenenada do Brasil se o país destruir florestas. Este é um governo do prejuízo, é como se fosse o governo do erro. Parece que está se autossabotando. (Valor, EU & Fim de Semana, 18/01/2019. P.24). Presidente Bolsonaro mimetiza, contra os interesses do Brasil, a Presidência Trump dos EUA, insistindo em acusar os índios de ventríloquos de missionários e padres. Ailton Krenak ensina ao Presidente Ventríloquo do Tramp: os índios falam mais de 160 línguas diferentes, logo, não são e não serão, como o Presidente Bolsonaro, monogrota das vontades de Trump. Maria Cristina Fernandes (Valor, 17/01/2019.A8): Presidente Bolsonaro afronta os símbolos da soberania, com suas atitudes, imitando Trump. Subalternidade do Brasil é motivo de escárnio do Presidente Trump: Eles têm um novo grande líder. Dizem que ele é o Donald Trump da América do sul. Vocês Acreditam nisso? Presidente Bolsonaro deseja ser réplica malajambrada de Trump.
Professor João Batista Domingues Filho
Cientista Político
Professor Aposentado do Instituto de Ciências Sociais da UFU
*Este texto é uma colaboração e o seu conteúdo é de inteira responsabilidade de seu autor.